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Acho que estou com CRISES DE PÂNICO. E agora?

Acho que estou com CRISES DE PÂNICO. E agora?

03-09-16 | Sem categoria | admin | Tags: ,

“De repente minha vista ficou embaçada,  meu coração acelerado, eu não conseguia mais ver as coisas claramente, uma onda de calor foi tomando conta do meu corpo, minha cabeça parecia girar e por mais que tentasse não conseguia raciocinar corretamente,  senti muito medo do que estava por vir”.

Esse relato acima, citado de forma fictícia, demonstra algumas sensações características de uma crise de pânico.

Acredito que uma boa parte dos profissionais de saúde já escutou  relatos semelhantes a esse. Hoje em dia, infelizmente os consultórios médicos e  os pronto-socorros recebem frequentemente pacientes que acreditam que podem estar à beira de um ataque cardíaco ou prestes a ter um AVC, uma convulsão epiléptica ou até problemas de outra natureza, mas na verdade estão apresentando crises de ansiedade que recebem esses nomes:  Crises de Pânico/ Síndrome do Pânico/Transtorno do Pânico.

Junto com as sensações físicas citadas acima, podem  surgir  pensamentos como:  “Não conseguirei respirar, preciso correr a um hospital mais próximo, estou ficando louco etc.”  E com o tempo não é difícil prever que a pessoa, como uma forma de lidar com essas sensações,  comece a apresentar um jeito padronizado de agir e daí por diante um ciclo vai se formando: o ciclo da ansiedade antecipatória, da  fuga, da  desmoralização e a evitação das situações.

Se a situação já se agravou a ponto das crises se tornarem  frequentes,  o mais recomendável é procurar uma ajuda profissional.

E Como é o tratamento com um psicólogo especializado nesses casos?

O  primeiro passo do tratamento com um profissional especializado no assunto  (nesse caso utilizando a abordagem da Terapia Cognitivo-Comportamental) é ensina-lo a  entender como a ansiedade age no nosso organismo, como reconhecer e diferenciar os sintomas das crises de pânico.

Após estar mais familiarizado com esse tema e perceber que a ansiedade não é nenhum bicho de sete cabeças, será ensinado uma nova forma de lidar com as crises, utilizando  algumas estratégias comportamentais, como as técnicas de respiração e de exposição.  Os pensamentos que surgem durante as crises também serão avaliados  e os medos relacionados a perda de controle, medo de ter um ataque cardíaco, AVC também serão discutidos com o profissional com o objetivo de desmistifica-los.

Características de personalidade tem uma função muito importante para o desenvolvimento das crises, por isso trabalhar questões relacionados à habilidades sociais (capacidade de controlar a raiva, de dizer não, falar em público, tomar decisões, etc) são de extrema  importância no contexto terapêutico.

È comum, nos momentos a pessoa ter uma sensação de sobrecarga emocional, como se ela estivesse tentando fazer várias coisas ao mesmo tempo, porém sem bons resultados, todas essas questões deverão ser analisadas e repensadas.

Os níveis de ansiedade tendem a baixar gradualmente, com mudanças no estilo de vida, na forma como a pessoa se comporta e avalia as situações do dia a dia.

Sei que saber sobre  o tempo de tratamento é muito importante para algumas pessoas, mas não ousaria precisar aqui a duração de um tratamento como esse, pois cada indivíduo tem suas particularidades, suas crenças e formas de funcionar, assim o que pode funcionar para um paciente não necessariamente funcionará para o outro.  Existem pacientes que respondem de forma muito rápida, outros demoram um pouquinho mais, porém, geralmente esse tipo de tratamento tem uma boa resposta e isso tem  comprovação cientifica.

O mais importante: Na maioria das vezes essa situação é temporária, o seu organismo está apenas sinalizando que algumas modificações precisam ocorrer para ele funcionar melhor.

Não desista, a sua saúde mental precisa estar em primeiro lugar.

Abraços Carinhosos.

Bibliografia consultada: Borba, Rangé (2008). Vencendo o Pânico. Terapia integrativa para quem sofre e para quem trata o Transtorno de Pânico e a Agorafobia.