Notícias

Não é só Timidez!

Não é só Timidez!

05-01-17 | Sem categoria | admin |

Enfim aquela tão sonhada promoção chegou, foram anos de preparação, horas infindáveis de trabalho. Mas apesar de contente, você sente-se muito ansioso, sintomas como: Náuseas, tonturas, dificuldades para comer estão ocorrendo principalmente nos dias que antecede o seu discurso à gerência da empresa e você não consegue se acalmar e aproveitar esse momento. Já passou por situações com esses mesmos sintomas e tem pensado seriamente em desistir do cargo.

O que pode estar ocorrendo com você é uma crise de ansiedade relacionada ao medo da exposição, ao medo de errar, de ser exposto ou julgado perante as pessoas.

Se eu lhe fizer um convite para avaliar os seus pensamentos talvez encontremos alguns como: “ Não vou conseguir ser natural nessa situação. As pessoas irão perceber minha ansiedade e me verão como incapaz. Vai me dar um branco na hora de falar com os gerentes”.

A ansiedade social pode ser aceitável em algumas situações, quando não causa prejuízos a pessoa e ela consegue sozinha através do enfrentamento baixar os níveis dessa ansiedade e assim diminuir sensações desconfortáveis. Porém em níveis mais altos, quando já existe comportamentos de fugas e esquivas constantes o problema merece uma atenção maior, inclusive com ajuda profissional.

Mas quais seriam as possíveis causas para o desenvolvimento do Transtorno de Ansiedade Social?

O Transtorno de Ansiedade Social (TAS) geralmente ocorre em pessoas que apresentam uma sensibilidade maior a avaliações, críticas ou qualquer comportamento que a deixe mais exposta perante olhares alheios. Atividades que envolvam inteirações sociais como : conversas, encontros com pessoas não familiares e situações de desempenho ( ex: falar em público, comer, jogar bola) diante de outros se tornam intoleráveis.

Na prática clínica é comum observarmos que algumas habilidades sociais que deveriam ser aprendidas na infância ou adolescência (aprender a dizer não, defender seus próprios direitos, fazer amizades, expressar sentimentos) não foram bem desenvolvidas e aos poucos esse déficit foi gerando sensações de medo e ansiedade em situações sociais. O problema gera bastante sofrimento e pode desencadear quadros de depressão, de stress e alguns comportamentos de risco como: uso abusivo ou dependente de álcool e outras substâncias.

No tratamento cabe ao terapeuta avaliar por quanto tempo a fuga e a esquiva das situações ocorrem e quais sintomas de ansiedade físicas e mentais (pensamentos) estão presentes. O paciente será estimulado a conhecer características do transtorno, da fisiologia da ansiedade e do seu funcionamento pessoal. Isso o deixará mais confiante para avançar no tratamento que inclui avaliação de pensamentos/crenças, exposições graduais em situações sociais e aquisição de habilidades.

O processo é individual, cabe ao profissional avaliar e determinar quais recursos e técnicas serão mais benéficas ao paciente.

Em relação a prevenção é importante salientar que ambientes ricos em elogios, expressão de carinhos e uma comunicação adequada, onde a criança aprenda a lutar pelos seus direitos e a respeitar os “nãos” que a vida lhe impõe pode ser o melhor remédio para evitar o problema.

Abraços carinhosos